terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Jovem quer estudar e não consegue por falta de acessibilidade em Salvador

Carlos Alberto Carlão de Oliveira - MT 1317
Assessoria de Imprensa do Sindilimp-BA
26/2/2012

Cleciane Cruz é uma jovem nascida em Salvador no dia 18 de julho de 1991. Terminou o ensino médio e luta agora para fazer um curso pré-vestibular social, gratuito como vários oferecidos na cidade, porém não consegue por falta de acessibilidade. Cadeirante, moradora no bairro de Planalto Real, Subúrbio Ferroviário, não consegue se deslocar porque falta transporte coletivo adaptado e outros problemas.

Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população. Em Salvador Cleciane Cruz não encontra esse direito.

Outra definição para acessibilidade, que também não passa nem perto da cidade de Salvador, de Cleciane Cruz e mais milhares de soteropolitanos, diz que é a condição para utilização com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação por uma pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, ou seja, é a idéia de um mundo sem obstáculos, tanto para a locomoção, quanto para a comunicação.

"Nunca pensei que fosse tão difícil encontrar um pré-vestibular que tenha acessibilidade e atenda aos meus pré-requisitos. Em uma grande cidade como Salvador e em sua região metropolitana, onde existem mais de 400 mil pessoas com algum tipo de deficiência física ou mobilidade reduzida, somos esquecidas. Queremos e exigimos nosso direito de ir e vir, estudar, trabalhar, lazer, cultura, serviços de saúde e etc.", afirma Cleciane Cruz.
Ela lembra que os problemas começam desde a saída de suas casas, nas ruas e calçadas, transporte público adaptado e de boa qualidade, para os que não possuem carro, até aos prédios e departamentos públicos e privados. "Seria muito bom se todas as pessoas e os políticos tivessem consciência e um olhar especial para esta parte da população, que tanto sofre com essas dificuldades, e criassem projetos e cobrasse de órgãos responsáveis competentes medidas que pudessem ajudar e facilitar suas vidas", diz.

Cleciane Cruz critica a falta de leis específicas para assegurar a acessibilidade e o não cumprimento das poucas que existem. "São poucos os projetos e leis criadas para atender pessoas portadoras de necessidades especiais. Esses poucos que são feitos muitas vezes não saem do papel, e os poucos que saem não há uma fiscalização adequada para a garantia do comprimento dessas leis e projetos".

Aqui deve haver um questionamento geral da sociedade. Do que adianta existir um espaço reservado para pessoas portadoras de necessidades especiais estacionarem seu carro e vir uma pessoa sem nenhuma limitação física e estacionar o carro nessa mesma vaga especial? Do que adianta haver várias rampas de acesso, se existem pessoas que estacionam carros, motos, veículos em geral, bloqueando a passagem? De que adianta existir uma grande frota de transporte público adaptados, se há várias pessoas inconscientes, que por puro ato de vandalismo depredam esses veículos? Nesse mesmo caso há também inconsciência por parte dos motoristas, que muitas vezes não andam na faixa exclusiva para ônibus e alguns não param nos pontos de ônibus ao ver um cadeirante ou idoso pedir para pararem. Dentre uma serie de outros fatores que demonstram que não há muita consciência e sensibilidade por parte das pessoas e que situações como essas precisam ser mudadas ou nada adiantará os poucos sucessos conseguidos até aqui.

Acessibilidade é direito de todos. Esse é o direito que Cleciane Cruz e milhares de outras pessoas exigem e merecem.

Para mais informações favor entrarem em contato com Cleciane Cruz através dos telefones números (71) 9199-6253 e 99180834.